200 anos do Senado: bancada feminina é a maior da história, mas representatividade ainda patina

O Senado Federal completa 200 anos nesta segunda-feira (25) com a maior bancada feminina da história do parlamento. No entanto, a representatividade de mulheres na Casa ainda cresce em ritmo lento.

Conquistas como a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, em 2019, e até mesmo a construção de um banheiro feminino no plenário do Senado, em 2016, ainda são episódios da história recente do Brasil.

A atual diretora-geral da Casa, Ilana Trombka, está no cargo há quase 10 anos e presenciou esses avanços. Para ela, a construção do sanitário para mulheres no plenário foi um reconhecimento do espaço do Senado como um ambiente também para elas.

“O marco é o reconhecimento, é o simbolismo do pertencimento da mulher àquele espaço, porque o banheiro não mudou uma lei, mas foi um reconhecimento do Senado que aquele espaço a partir de então era naturalizado para as mulheres”, afirmou Ilana em entrevista ao g1.

Ilana Trombka, diretora-geral do Senado — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Ilana Trombka, diretora-geral do Senado — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Para a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o ritmo de crescimento da participação feminina na política ainda tem sido lento.

“A nossa participação ainda é muito aquém daquilo que deveria ser. Nós temos mais de 90 anos do voto feminino, de votar e ser votada, e o cenário que nós temos aqui é um cenário ainda muito atrasado […] os estudos hoje feitos apontam que a gente levará 100 anos para ter igualdade entre homens e mulheres, se a gente for no ritmo que a gente está indo agora”, afirmou.

Eliziane Gama lê o relatório final da CPI dos Atos Golpistas — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Eliziane Gama lê o relatório final da CPI dos Atos Golpistas — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A primeira senadora

A presença de uma mulher no Senado, por meio do processo eleitoral, teve início há 45 anos. Eunice Michiles foi a primeira senadora a tomar posse na fase republicana da Casa.

Suplente do senador João Bosco, que sofreu um AVC e faleceu dois meses após tomar posse, Eunice assumiu o cargo em maio de 1979 e foi recebida pelos colegas com flores e chocolates.

Antes disso, na época do império, a princesa Isabel ganhou uma vaga no Senado, mas isso ocorreu porque os príncipes da Casa Imperial tinham direito ao cargo assim que completassem 25 anos. Considerando esse critério, ela foi a primeira senadora do Brasil.

Apenas em 1990, já com a Constituição de 1988, foram eleitas as primeiras mulheres a se candidatarem diretamente ao cargo de senadoras: Júnia Marise, por Minas Gerais, e Marluce Pinto, por Roraima.

Poder dentro da Casa

A ex-presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS), durante sessão do colegiado — Foto: Pedro França/Agência Senado

A ex-presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS), durante sessão do colegiado — Foto: Pedro França/Agência Senado

Quando se trata de participação nas mesas e comissões do Senado, as mulheres também ainda lutam por espaço.

A primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça foi a então senadora Simone Tebet (MDB-MS), em 2019. Já no que se refere à presidência das Casas, nem a Câmara dos Deputados nem o Senado tiveram uma mulher presidente.

Nas próximas eleições, a senadora Eliziane Gama pretende se candidatar à presidência do Senado.

Fonte: G1 

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