Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) argumentaram, nesta sexta-feira (9), perante o Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente imprimiu a “minuta do golpe” devido a problemas de visão.
Segundo a defesa, o documento encontrado pela Polícia Federal (PF) na sala de Bolsonaro na sede do Partido Liberal, na quinta-feira (8), é o mesmo que estava no celular do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e já consta nos autos do processo.
De acordo com a explicação apresentada, Bolsonaro, desconhecendo o conteúdo e descontente com a situação, pediu ao advogado Paulo Amador da Cunha Bueno que lhe informasse sobre as versões das minutas. A PF apreendeu apenas uma delas.
Consequentemente, Bueno encaminhou os dois textos, formatados como documentos individuais, para Bolsonaro em 18 de outubro de 2023, por meio de um aplicativo de mensagens.
Mais tarde, Bolsonaro imprimiu os documentos, pois ele não tem o hábito de ler textos em seu telefone celular e precisa usar óculos.
A defesa alega que os arquivos provavelmente permaneceram no escritório e que nunca se imaginou que seriam apreendidos como elementos de investigação contra o ex-presidente. Portanto, Bolsonaro não os descartou após a leitura.
Diante disso, Bueno foi ao cartório para realizar uma ata notarial com o objetivo de comprovar o envio das mensagens.
Bolsonaro ajustou minuto do golpe, diz PF
Conforme relatório da Polícia Federal (PF) que fundamentou a operação ocorrida na última quinta-feira (8), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente teria modificado uma minuta de golpe de Estado, a qual lhe foi apresentada por Filipe Martins e Amauri Feeres Saad. Nesse sentido, teria feito ajustes no texto e retirado os pedidos de prisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, e do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A referida operação visa a investigação de aliados de Bolsonaro que supostamente estariam envolvidos em uma tentativa de golpe de Estado, com o intuito de mantê-lo na Presidência após a derrota nas eleições de 2022.
Fonte: CNN
