Eis que, no fim das contas, os documentos do tal megavazamento de dados do Google são reais. Até mesmo essa entidade colossal no universo da tecnologia não está imune a falhas de segurança graves como essa.
O megavazamento envolveu mais de 2.500 páginas de conteúdo sigiloso do Google. Elas mostravam detalhes do seu motor de busca. Essas informações eram secretas para proteger seus métodos e vantagem no mercado.
Os documentos tinham instruções e detalhes sobre como os algoritmos do Google avaliam e organizam sites nos SERPs (Search Engine Results Pages). Esses dados são essenciais para a empresa. Então, faz sentido que o Google não quisesse compartilhar esses segredos por questões de vantagem competitiva.
A autenticidade dos documentos já estava clara pela qualidade e detalhamento das informações. Mas o Google demorou a confirmar que eram deles. A confirmação veio só na quarta-feira, dia 29, depois de muitos pedidos de esclarecimento da equipe do Verge.
Sobre o megavazamento
No centro do escândalo está a comunidade de especialistas em SEO (Search Engine Optimization). Entre eles está Rand Fishkin, cofundador da SparkToro. Eles decidiram examinar com cuidado os documentos que vazaram. O resultado dessas análises é preocupante. Parece que o Google pode não ter sido totalmente claro e honesto. Ele pode não ter dado instruções corretas para os profissionais de SEO. Esses profissionais trabalham muito para fazer suas páginas aparecerem melhor nos resultados de busca e pode ser que as informações que eles tinham não fossem totalmente honestas.
Um exemplo claro são os links externos que apontam para uma página, conhecidos como backlinks. Os documentos mostram que esses links ainda são muito importantes para o ranking. Isso é diferente do que os porta-vozes do Google vinham dizendo antes, que os backlinks já não eram mais tão importantes assim para definir a relevância da página.
Apesar de ter admitido o vazamento, o Google não falou muito sobre o que as análises dos documentos mostraram. Mesmo relutante em discutir as conclusões dos analistas, o Google avisou para não tirarmos ideias erradas sobre como funciona sua ferramenta de busca. Esse aviso parece ir contra a vontade das pessoas de saber mais quando descobrem informações tão importantes.
Nós alertamos a respeito de não se fazer suposições imprecisas sobre a Pesquisa [buscador] baseadas em informações foram de contexto, datadas ou incompletas.
(…) Compartilhamos amplas informações sobre como a Pesquisa funciona e os tipos de fatores que nossos sistemas consideram, ao mesmo tempo que trabalhamos para proteger a integridade de nossos resultados contra manipulações.
Davis Thompson, porta-voz do Google
Como e quando aconteceu o vazamento ainda são dúvidas que estão sendo investigadas por especialistas. Busca-se entender não apenas as causas, mas também as circunstâncias exatas que permitiram que tal evento ocorresse.
E agora, Google?
A incerteza está em todas as conversas sobre como o grande vazamento pode afetar a relação entre o Google e os especialistas em SEO. As pessoas querem saber se, ou como, esse problema vai mudar a confiança e a honestidade entre o Google e esses profissionais. Talvez a empresa tenha que responder a muitas perguntas por causa dos documentos vazados. Ou talvez seja forçada a ser mais clara sobre como seu sistema de busca funciona.
Por outro lado, o Google provavelmente está preocupado que as informações vazadas possam ser usadas do jeito errado. Isso poderia dar a algumas pessoas ou grupos a chance de mexer nos resultados de busca para favorecer certos sites ou conteúdos. Isso poderia prejudicar muito a qualidade e utilidade dos serviços que o Google oferece aos usuários.
Fonte: Hardware
