iPhone tem seus dias contados no maior mercado de smartphones do mundo?

Segundo a empresa de dados Counterpoint, as vendas de iPhones na China nos dois primeiros meses de 2024 caíram 24% em relação ao mesmo período de 2023, derrubando a Apple para o quarto lugar em participação de mercado. Enquanto isso, o faturamento da rival local Huawei aumentou 64% ante o ano anterior, impulsionado pela demanda por sua série de smartphones Mate 60.

“A Apple enfrentou uma concorrência acirrada no alto padrão, ao mesmo tempo em que foi pressionada no segmento de aparelhos mais baratos por preços agressivos de empresas como OPPO, Vivo e Xiaomi“, disse Mengmeng Zhang, analista sênior da Counterpoint à Reuters.

Além da concorrência, a Apple enfrenta problemas políticos. Os departamentos governamentais têm restringido o uso de dispositivos da empresa por funcionários públicos, em resposta às restrições do governo dos Estados Unidos a aplicativos chineses por questões de segurança.

A China é o terceiro maior mercado da fabricante de iPhones em termos de receita, perdendo apenas para Estados Unidos e União Europeia (UE). Em meio a essa situação de queda das vendas e de hostilidade com a marca, o presidente-executivo, Tim Cook, visitou o país na última quarta-feira (20), exaltando a importância da China na cadeia de suprimentos da empresa.

Para os especialistas, a maneira de aumentar a participação de mercado seria criar um produto inovador que transformasse o dia a dia das pessoas. A última vez que a Apple conseguiu esse feito foi em 2007, com o lançamento do iPhone.

“Desde então, a Apple inovou pontualmente, em detalhes de seus produtos, mas ainda não conseguiu lançar outro produto com potencial de abrir um novo e amplo mercado para a empresa”, diz João Marcos, da equipe de pesquisa internacional da Ticker Research.

E não se pode dizer que a Apple não está tentando inovar. A empresa lançou os óculos de realidade virtual (Vision Pro), mas eles não caíram no gosto do público. O jornal norte-americano The Verge apontou que os clientes estão devolvendo o produto comprado na garantia. Os principais motivos do arrependimento estão relacionados ao peso, casos de enjoo e dor de cabeça. Algumas pessoas também relataram dificuldades na navegação.

iPhones com Inteligência Artificial

Mesmo assim, a Apple não deve ser subestimada. Especialistas apontam que a empresa fundada por Steve Jobs é conhecida por observar atentamente seus concorrentes. “Ela pode se dar ao luxo de observar e, depois de avaliar cuidadosamente a direção do mercado, fazer uma aposta mais assertiva”, diz Marcos.

A Apple é a segunda maior empresa do mundo pela quantia em caixa, com US$ 102 bilhões (R$ 507 bilhões). Ela fica atrás apenas do Google, que possui US$ 117 bilhões em reservas (R$ 582 bilhões), de acordo com o Financial Times.

E todo esse dinheiro pode ser direcionado para sua próxima aposta: Inteligência Artificial. Relatos da imprensa americana sugerem que a Apple está em conversas com o Google para desenvolver seu novo iPhone. A ideia é que a empresa licencie e construa seu próprio mecanismo de IA no iPhone.

A Apple observou que o boom da inteligência artificial tem gerado retornos significativos para seus concorrentes. No quarto trimestre, a Microsoft, empresa do bilionário Bill Gates, registrou um lucro líquido de US$ 21,9 bilhões (R$ 109 bilhões), um aumento de 33%, impulsionado pela inteligência artificial. Enquanto isso, a Amazon, de Jeff Bezos, teve um lucro de US$ 10,6 bilhões (R$ 52,8 bilhões), um crescimento expressivo em relação aos US$ 278 milhões (R$ 1,38 bilhão) registrados no quarto trimestre de 2022.

 

Fonte: Forbes

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