Negociação com ações da Petrobras triplica com crise sobre comando da estatal

O volume financeiro da negociação das ações da Petrobras na bolsa de valores brasileira foi três vezes maior do que a média dos 22 dias nesta quinta-feira (4). Desde início de março, os papéis movimentaram R$ 22 bilhões diariamente.

Nesta quinta, chegou a R$ 6 bilhões com as notícias sobre a troca de comando na estatal. O valor só não foi maior que os R$ 8 bilhões de 8 de março, quando a empresa anunciou que não pagaria dividendos extraordinários.

A volatilidade no desempenho das ações também foi atípico nesta quinta-feira, com alta firme na abertura dos negócios. Às 11 horas da manhã, os papéis subiam 2,8%.

Logo depois, perto das 11h45, a informação da âncora da CNN, Raquel Landim, sobre a possibilidade de Aloizio Mercadante assumir a presidência da Petrobras no lugar de Jean Paul Prates, fez as ações despencaram 5%.

Menos de meia hora depois, a notícia de que o governo teria decidido pagar os dividendos extraordinários empurrou os negócios para o positivo. Logo após da nota da jornalista Malu Gaspar, às 12h30, os papéis voltaram 5%.

A expectativa dos acionistas privados durou pouco, porque a ação voltou a recuar 3,6% entre às 13h20 e o fechamento às 17h, quando a expectativa virou apenas um rumor.

No final do dia, as ações preferenciais da estatal fecharam em queda de 1,41% e as ordinárias de 0,46%.

Depois do encerramento das negociações na bolsa, a Petrobras divulgou comunicado ao mercado negando oficialmente que a decisão sobre dividendos não estava tomada. As ADRs negociadas na bolsa de Nova Iorque estavam em queda na noite desta quinta-feira.

“Quando o preço da ação se descola dos fundamentos da empresa, o mercado fica à deriva e aumenta aversão ao risco. O investidor estrangeiro ainda está comprando muito porque a Petrobras está mais barata que as outras petroleiras do mesmo porte.”, diz Carlos Daltozo, analista da Eleven Financial.

Nos últimos 12 meses as ações da Petrobras praticamente dobraram, saindo da casa dos R$ 22 para R$ 40 mais recentes. Para Daltozo, a alta não se explica por uma aceitação direta da gestão da companhia sob governo Lula.

“O principal motivo são os dividendos distribuídos por ela ao longo do ano passado e a expectativa para este ano. A alta do petróleo ajudou, mas com menor peso, já que o barril saiu da casa dos US$ 85 para US$ 90 de agora. Com alguém totalmente político na presidência da Petrobras, pode mudar o sinal”, explica o analista da Eleven Financial.

Fonte: CNN Brasil

Like
Cutir Amei Haha Wow Triste Bravo